Os desdobramentos do surto de coronavírus e o resultado do PIB do último trimestre de 2019 levaram a equipe de macroeconomia do Safra a ajustar as projeções para a economia doméstica. Conforme antecipado no relatório de ontem, nosso time avalia que a nota divulgada pelo Banco Central na terça-feira, 3, sinalizou que haverá novos cortes na taxa Selic.

O cenário do Safra agora contempla um corte de 0,5 ponto porcentual na reunião de março, seguido de mais uma redução de 0,25 ponto em maio. Entendemos que a taxa Selic deverá permanecer no patamar de 3,50% até o terceiro trimestre de 2021, quando então deverá ser iniciado um ciclo de normalização de política monetária.

Ao mesmo tempo, também reavaliamos o cenário para o PIB, em meio ao resultado qualitativamente mais fraco do quarto trimestre de 2019, e reconhecendo que a desaceleração global em função do coronavírus terá efeito mais negativo do que o anteriormente estimado.

Nesse sentido, reduzimos a projeção do PIB de 2020 de 1,9% para 1,6%, ajustando também a projeção para 2021, de 2,5% para 2,4%.

Com base nestas novas estimativas e incorporando a premissa de que os preços das commodities devem seguir mais baixos, reduzimos nossas projeções para a inflação marcada pelo IPCA em 2020 (de 3,5% para 3,3%) e em 2021 (de 3,70% para 3,65%).

Por fim, reconhecemos que a taxa de câmbio deve ficar mais pressionada ao longo desse primeiro semestre do ano, ao redor de R$ 4,45 por dólar, retornando para o patamar de R$ 4,20 até o final de 2020 (nossa estimativa anterior estava em R$ 4,10).