O mercado brasileiro teve ontem um dos desempenhos mais positivos ao redor do mundo. Enquanto o Ibovespa retomou os 97 mil pontos, o real fechou em firme alta ante o dólar. Nos Estados Unidos, os ganhos foram menores e o S&P 500 subiu 0,3%.

Veja o Morning Call completo abaixo:

Ontem, o Banco Central divulgou seu Relatório de Inflação relativo ao terceiro trimestre. Entre as informações fornecidas, a equipe de Macroeconomia do Safra destaca que as projeções do BC para a inflação em 2021 ficaram pelo menos 0,75 ponto porcentual abaixo da meta, reforçando a leitura de que instituição não deve apertar a política monetária até o final do ano que vem.

No documento, o BC também melhorou a sua projeção para o PIB neste ano. De queda de 6,4%, a autoridade monetária agora acredita que a economia sofrerá contração de 5% em 2020, mesma estimativa dos economistas do Safra.

Seguro-desemprego

O Ministério da Economia, por sua vez, divulgou ontem novos dados de seguro-desemprego. Na primeira metade de setembro, foi registrado um total de menos de 220 mil pedidos, uma queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já nos Estados Unidos, os novos pedidos somaram 860 mil na semana encerrada no dia 18, praticamente no mesmo nível da semana anterior.

Volatilidade nas LFTs

A pandemia vem provocando situações inusitadas neste ano. Depois da sequência de circuit breakers na Bolsa em março, e da cotação negativa de contratos de petróleo em abril, agora os investidores se depararam com oscilações nos títulos de renda fixa mais conservadores do país.

O movimento é suave, mas pode causar estranhamento. O Tesouro Selic com vencimento em 2025, título público também chamado de LFT, acumula em setembro uma leve queda de menos de 0,2%.

Isso aconteceu por conta de uma conjuntura muito específica. Vivemos uma situação em que o governo vem precisando elevar o seu endividamento para fazer frente aos impactos da crise da Covid-19.

Em consequência disso, temos, de um lado, uma demanda mais cautelosa por títulos que pagam juros baixos, em um momento de aceleração pontual da inflação.

E, de outro, uma oferta mais volumosa de papéis, necessária para financiar o Tesouro. Foi essa combinação que levou a um aumento nas taxas oferecidas. E como sempre acontece na renda fixa, quando a taxa aumenta, o preço do títulos diminui.

É preciso destacar, porém, que a tendência desses papéis é trazer um retorno positivo. Para quem quiser entender mais sobre esse movimento, iremos publicar nos próximos dias uma matéria sobre o assunto.