Estamos reduzindo nosso preço-alvo para Magazine Luiza (MGLU3) de R$ 6,0/ação de R$ 3,4/ação e rebaixando-a de Compra para Neutro devido ao seu potencial de valorização limitado (16%).
Esperamos pressão de curto prazo devido a um ambiente macroeconômico difícil na América Latina em geral.
No entanto, continuamos a ter uma visão construtiva de médio a longo prazo sobre o setor (CAGR 2023-26 de 20%), que deverá beneficiar:
(i) da digitalização dos pequenos varejistas através dos mercados das grandes empresas – e esperamos que a MELI continue a liderar esta tendência beneficiando do seu poderoso “efeito de rede”: o seu maior número de vendedores melhora a gama de produtos, atraindo mais compradores, o que atrai mais vendedores…;
(ii) melhoria na experiência geral de compra online – entregas mais rápidas (melhor logística), maior sortimento, novas categorias, diferentes meios de pagamento, etc.; e
(iii) aumento da penetração da Internet. Além disso, não acreditamos num cenário “o vencedor leva tudo”, mas sim num cenário com poucos players relevantes, o que não seria muito diferente daquele de mercados mais desenvolvidos, como os EUA e a China.
O Magazine Luiza teve ganhos de market share, mas consumo de caixa ainda preocupa. A empresa registrou uma receita líquida de R$ 8,6 bilhões, apenas 2% abaixo de nossas estimativas e estável em relação ao ano anterior, no entanto, as despesas com vendas e provisões acima do esperado levaram a uma queda de 6% no EBITDA.
O 3P continua sendo o destaque em termos de crescimento: +15% A/a, seguido por varejo físico em +3% A/a e um crescimento de 2% A/a GMV para 1P.
Vale ressaltar que o crescimento combinado do ecommerce de 7% A/a se compara a uma redução de 15% do mercado geral, o que representa um ganho de market share de 600bps para o Magalu.
Em termos de fluxo de caixa, a companhia apresentou redução da dívida líquida de R$ 1,1 bilhão (incluindo recebíveis de cartão de crédito), ante redução de R$ 0,6 bilhão no 2T22.
No entanto, o trimestre teve o impacto positivo de R$ 836M da renovação do contrato de exclusividade com a Cardif.
Além disso, houve um consumo de caixa no semestre de R$3,4B contra R$3,3B no 1S22, quando analisamos a variação da dívida líquida excluindo itens pontuais ou não operacionais (como dividendos ou este novo acordo com o Cardif). Portanto, o fluxo de caixa continua sendo uma preocupação.
Vale a pena investir em MGLU3?
- Crescimento exponencial;
- Super app;
- Entrega mais rápida;
- Magalu as a Service (MaaS).
Quais são os riscos ao investir em MGLU3?
- O encerramento do auxílio emergencial pode ter um efeito negativo na atividade de varejo;
- Competição irracional no marketplace e nas vendas diretas;
- Concorrência com grandes empresas internacionais.
Sobre o Magazine Luiza (MGLU3)
A Magalu foi pioneira na digitalização do varejo no Brasil, tendo iniciado seus passos no formato digital antes mesmo da disseminação da internet e do comércio eletrônico no Brasil. A empresa teve seu primeiro formato virtual na década de 1990, quando criou um formato de loja compacto, com VHS e computadores desktop para mostrar seus produtos.
No início de 2000, MGLU3 aventurou-se no e-commerce e, mais recentemente, iniciou sua rápida expansão de sortimentos pelo marketplace.
A criação da LuizaLabs em 2014 foi um marco crucial para a transformação digital da MGLU3, que incluiu a digitalização de suas operações físicas. Naquela época, os concorrentes Via Varejo e B2W lutaram incansavelmente pela liderança no comércio eletrônico 1P, ao começar a recrutar vendedores de mercado e emular o modelo de mercado do MercadoLibre.
A aquisição da Integra em 2017 marcou a mudança da empresa para o 3P. Naquela época, apesar de seu tamanho relativamente menor no varejo online, MGLU3 já começava a despontar como concorrente no varejo online brasileiro.
A Magalu tem suas ações listadas na B3, negociadas sob o ticker MGLU3.
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